Vivem-se problemas dramáticos no acesso à habitação.
Atualmente, arrendar casa é tarefa ao alcance de muito poucos, pese embora o número de fogos devolutos. Só em Oeiras há aproximadamente 8.000 fogos devolutos, que em 2021 ascendiam aos 72.000 em todo o país. Mas as políticas continuam a ser, como desde há 60 anos, o de abrir sucessivas novas frentes de construção, gerando artificialização, impermeabilização, gastos de energia supérfluos e impactos no congestionamento, no ambiente e na qualidade de vida.
Ao mesmo tempo, o mercado imobiliário atinge valores proibitivos para o cidadão comum. A classe média encontra-se num processo de gentrificação, sendo obrigada a procurar habitação muito longe dos centros consolidados, ficando dependente do automóvel até para deslocações simples. As cidades e áreas metropolitanas, em plena crise climática, voltaram à política do crescimento em mancha de óleo, pese embora os discursos teóricos em torno da importância da sustentabilidade, do ambiente, das alterações e da mobilidade.
Estamos condenados a continuar a fazer cidade à custa de mais edificação? Que alternativas existem para um território mais eficiente? Que benefícios podemos experimentar de novas estratégias urbanas?
O debate do dia 28 de Setembro conta com Pedro Bingre do Amaral, Manuela Raposo Magalhães e Simone Tulumello e tem a moderação de Duarte d´Araújo Mata.
Pedro Bingre do Amaral (n. 1973),
Professor adjunto do Instituto Politécnico de Coimbra, é licenciado em Engenharia Florestal, mestre em Planeamento Regional e Urbano pela Universidade Técnica de Lisboa e especialista em Urbanismo. Lecciona e investiga nas temáticas do Ambiente, Conservação da Natureza e Ordenamento do Território. Foi autor de diversos artigos, livros e capítulos de livros sobre os temas como a botânica, o ordenamento urbano e florestal, e a conservação da biodiversidade. Além disso, é co-autor de diversos instrumentos de gestão territorial do território português (planos directores municipais, planos de pormenor, planos de gestão florestal, planos sectoriais, etc.). Foi co-autor dos estudos de fundamentação da Lei de Bases da Política Pública de solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo (Lei n.º 31/2014, de 30 de Maio).
Manuela Raposo Magalhães
Doutorada em Arquitetura Paisagista pelo Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa; técnica superior de vários serviços públicos ligados ao Ordenamento do Território; profissional liberal na área do Projeto Urbano; Professora aposentada do ISA e do IST de disciplinas de Ordenamento do Território; Coordenadora de vários Planos de Ordenamento do Território e de Projetos de Investigação. Atualmente é investigadora do LEAF/ISA/Universidade de Lisboa.
Simone Tulumello
Geografo, é investigador auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa). Já investigador visitante na Universidade de Memphis, no Politécnico de Turim e na Universidade de Nápoles Federico II, tem colaborado, na definição de políticas públicas, com organizações como a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e a ONU.
Os seus interesses de investigação articulam-se em volta do “urbano”, da sua política e das suas políticas. Depois de uma década a estudar políticas de segurança urbana, nos últimos anos tem-se interessado a habitação, e especialmente a forma como as políticas públicas são influenciadas pelas dinâmicas de conflito político.
Tem grande interesse na comunicação da ciência, e já foi entre os fundadores de vários blogues (inclusive o blogue dos AESOP Young Academics e do Grupo ATS do ICS-ULisboa), deu módulos sobre digitalização e escrita online, e é ativo no Twitter (@simtulum).
A moderação fica a cargo de Duarte d´ Araújo Mata, arquiteto paisagista pelo Instituto Superior de Agronomia em 2000. Projetista durante quase 15 anos, colaborou em diversos planos e projetos com diferentes entidades públicas e privadas. Técnico municipal em Almada desde 2009. Comissão de serviço durante uma década na Câmara Municipal de Lisboa, dedicando-se à área das políticas públicas ambientais, nomeadamente ao nível das infraestruturas verdes urbanas para a adaptação climática. Na CML foi ainda adjunto do Vereador do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia desde 2015, tendo participado na candidatura de Lisboa a Capital Verde Europeia 2020 e tendo gerido várias candidaturas a programas co-financiados na área do Clima e das Soluções de Base Natural.
De regresso ao Município de Almada em 2021, assume em 2022 o cargo de Diretor do Departamento dedicado ao Ambiente, Clima e Sustentabilidade.
É co-fundador do Movimento “Evoluir Oeiras” e Vice-Presidente da Associação Evoluir Oeiras.
Como habitualmente, poderá assistir à conversa no nosso canal YouTube ou na nossa página de Facebook. Em alternativa, também pode assistir na janela de vídeo que se segue.