problemas do projecto VLS em Laveiras

A Câmara Municipal de Oeiras (CMO) tem insistido na construção de uma via rápida urbana, a Via Longitudinal Sul (VLS), que o executivo municipal apresenta como uma via estruturante da mobilidade no concelho. Além de ser uma solução destinada à promoção de mais circulação automóvel no concelho,  é uma manta de retalhos que só serve a especulação imobiliária, sobretudo futuras urbanizações do Norte de Paço de Arcos e Caxias, com um custo estimado de cerca de 18 Milhões de Euros, segundo disse esta quinta-feira a Vereadora das Obras Municipais, Joana Baptista, na Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Oeiras, Paço de Arcos e Caxias.
 
Repensar o projeto, tal como está apresentado, permite poupar vários milhões de euros fundamentais para a melhoria do transporte público, para melhoria dos acessos pedonais e requalificação do espaço público, nomeadamente na zona de Laveiras/Caxias/Murganhal.
 
O Evoluir Oeiras concorda com a CMO que não se deve avançar com o troço 1 – Mina / Lage. Não fazer nada, mantendo uma via para cada sentido. Os troços 2 – Lage / WindClub (670m – 2,2M€ ) e 3 WindClub / Quinta da Fonte (600m – 5,5M€) são anacrónicos e despesistas, e como tal não devem sequer ser construídos.
 
Concordamos com a CMO no troço 4 Quinta da Fonte / Pedregueiras, mantendo uma via para cada sentido, mas consideramos que faltam passeios, que é preciso construir de imediato, e uma ciclovia. 

O  troço 5 – Pedregueiras / Murganhal é lesivo do bem-estar e saúde dos munícipes, que terão uma via rápida junto às janelas, com níveis de ruído inadmissíveis, crescente poluição, e uma exposição agravada ao perigo rodoviário.
 
Defendemos, por isso, que é preciso estudar alternativas ao troço 5, que retirem o trânsito do centro de Laveiras (nomeadamente do início da Rua Calvet de Magalhães e de frente da Escola São Bruno), mas que não transfiram o problema do trânsito, da poluição e do ruído para outra zona de Laveiras, Caxias.
 
Defender os munícipes é procurar soluções que melhorem o seu bem-estar e a qualidade de vida; não por uns contra os outros transferindo os problemas, sem os solucionar, de um sítio para outro. Defendemos, por isso, que se procurem soluções de mobilidade alternativas para o concelho, para não destruir os bairros com as externalidades que o trânsito automóvel causa no meio ambiente e na vida das pessoas.

Canal estreito onde a CMO pretende introduzir 4 vias de trânsito automóvel, mais uma ciclovia e um passeio

O troço 6  Murganhal/Cidade do Futebol também é conflituante com a existência de moradias e prédios cujos moradores ficarão sujeitos a elevados níveis de ruído e poluição atmosférica. Construir 2 vias para cada sentido é um atentado ao ambiente residencial daquele local e à qualidade de vida dos moradores. Este troço deverá manter uma via para cada sentido e deverão ser construídos passeios amplos e uma ciclovia, que não existem e que são fundamentais, além do anunciado parque de estacionamento para visitantes e funcionários do Hospital prisional.
 
O troço 7 – Cidade do Futebol / CREL e A5 já existe, mas também não tem acessos pedonais, por isso, o que é urgente é serem construídos passeios nesse troço e uma ciclovia de ligação a Queijas.

Em suma, é necessário enfrentar os novos desafios territoriais e da mobilidade com soluções adequadas à nova realidade, promovendo a contenção da edificação e a transferência modal para melhorar a utilização do transporte coletivo e promover a mobilidade pedonal e ciclável, cada uma em sítio próprio. A VLS é um projeto ultrapassado e ainda está no papel, afrontando o ambiente, a qualidade de vida e a saúde das populações. É preciso ouvir e repensar, para melhorar.